O desgaste da cartilagem do joelho frequentemente provoca sintomas como dor e inflamação. Muitas pessoas também se preocupam com o desgaste futuro do joelho, especialmente aquelas que já tiveram um diagnóstico de lesão, praticam atividades esportivas ou possuem histórico familiar de problemas no joelho. Saiba mais sobre as causas, sintomas, tratamento e medidas de prevenção para o desgaste do joelho.
O desgaste do joelho pode, ou não, representar um problema.
Por um lado, o desgaste da cartilagem pode estar relacionado com sintomas e comprometimento de funcionalidade para atividades. Por outro lado, os tecidos do joelho podem sofrer desgaste natural ao longo da vida, sem necessariamente ter repercussões funcionais ou dor.
É muito comum, mesmo em pessoas sem nenhuma queixa no joelho, algumas alterações serem visualizadas em exames muito sensíveis, como a ressonância magnética. Portanto, nem toda alteração em exames de imagem deve ser interpretada como um diagnóstico de doença.
Além disso, nem toda dor ou sintoma no joelho está relacionado a uma alteração estrutural ou desgaste. Muitas vezes, as queixas estão associadas a alterações funcionais, ou seja, aquelas relacionadas ao condicionamento físico, força muscular, qualidade do movimento, tipo e volume de treinamento, entre outros fatores.
Ou seja, muito cuidado com diagnósticos baseados apenas em exames de imagem, sem considerar uma avaliação clínica completa!
Nem toda dor do joelho é causada por lesão, e nem toda lesão ou desgaste do joelho causa sintomas. Um diagnóstico correto depende de uma avaliação completa!
Todos os tecidos do joelho estão sujeitos a desgaste, incluindo cartilagem, meniscos, ligamentos e osso. No entanto, as lesões mais comuns relacionadas ao desgaste envolvem o menisco e a cartilagem.
Lesões de menisco causadas por desgaste são denominadas lesões degenerativas. Saiba mais sobre as lesões de menisco, clique aqui.
Já o desgaste da cartilagem pode apresentar características variadas, resultando em problemas como:
Imagem de ressonância magnética de lesão de cartilagem focal por desgaste (condropatia), com os demais tecidos do joelho preservados. Já a direita, artrose do joelho, causando alteração em todos os tecidos da articulação: desgaste das duas superfícies de cartilagem, alteração do osso, perda do menisco, inflamação da sinóvia e deformidade.
Os sintomas mais comuns do desgaste de cartilagem no joelho incluem:
Geralmente, os sintomas se agravam durante ou após esforços. No início, podem manifestar-se apenas em atividades mais intensas, mas com a evolução da lesão, a dor pode ocorrer em atividades cotidianas e até mesmo em momentos de repouso.
Em situações de lesão na cartilagem da patela, a dor tende a ser mais intensa durante a subida ou descida de escadas, movimentos de agachar-se ou levantar-se de uma posição sentada em um assento baixo. Já em lesões do compartimento medial (interno) ou lateral (externo), a dor tende a ser no respectivo lado afetado.
Sim! Quem tem desgaste do joelho não só pode, como deve praticar atividades físicas. O sedentarismo é muito deletério para o desgaste do joelho e a prática de uma combinação de atividades aeróbicas e de fortalecimento muscular são benéficas. É claro que, em caso de sintomas como dor ou inchaço ao praticar atividades, ou mesmo de dúvidas ou inseguranças relacionadas a exercícios e desgaste dos joelhos, é recomendável uma avaliação e acompanhamento por equipe multidisciplinar adequada, incluindo médico especialista, fisioterapeuta e preparador físico.
Os exercícios devem ser progressivos, em uma intensidade tolerada pelo paciente. Não existe contra-indicação de nenhum tipo de exercício para pessoas com desgaste do joelho, desde que estejam adequados para a sua capacidade física e não desencadeando sintomas repetidamente.
Atividades físicas são recomendadas na prevenção e tratamento do desgaste do joelho em todas as idades. Uma combinação de exercícios aeróbicos e de resistência muscular é desejável.
As alterações estruturais relacionadas ao desgaste do joelho podem ser avaliadas detalhadamente por meio do exame de ressonância magnética. Condropatia, lesões focais e artrose são facilmente identificadas nesse exame.
As radiografias são úteis para visualizar alterações estruturais mais intensas, como a perda de espaço articular e alterações no alinhamento do membro. Esses exames são bons para acompanhamento ao longo do tempo.
No entanto, o diagnóstico do desgaste do joelho não deve se restringir à avaliação dessas alterações estruturais. É importante correlacionar os achados dos exames com os sintomas e exame clínico do paciente, além de identificar outros fatores causadores de sintomas. Alterações funcionais ou causas de dor fora do joelho não são visualizadas nesses exames, e podem ser muito importantes para o quadro clínico. Essas considerações são essenciais para um diagnóstico correto e para o planejamento do tratamento mais adequado.
Saiba mais sobre o diagnóstico adequado de dor no joelho, clique aqui.
Para responder a essa pergunta, é importante entender que tipo de desgaste está sendo discutido.
Na osteoartrite, as alterações de desgaste estão estabelecidas, e todos os tecidos da articulação são afetados. A osteoartrite não tem cura, nem reversão, mas tem tratamento eficaz, que pode melhorar sintomas e controlar sua progressão.
Já para lesões focais de cartilagem, localizadas, existem tratamentos que podem estimular o crescimento de nova cartilagem, ou a substituição do defeito por cartilagem sadia. Porém, esses são tratamentos cirúrgicos, necessários apenas em uma minoria dos casos. Para a maioria dos pacientes, o tratamento não cirúrgico pode controlar os sintomas e controlar a progressão da lesão.
Os objetivos do tratamento para o desgaste do joelho incluem:
Radiografia com joelho normal (à esquerda) e joelho com desgaste grave pela artrose (à direita).
De forma geral, a primeira opção no tratamento do desgaste do joelho é sem cirurgia, também chamado de tratamento conservador.
O planejamento do tratamento do desgaste do joelho depende das características individuais do paciente, das lesões, da intensidade dos sintomas e suas repercussões funcionais. É essencial que o diagnóstico não se restrinja às alterações de exames de imagem do joelho, mas que sejam consideradas também causas de dor extra-articular e alterações mecânicas e funcionais.
Na maioria das situações, o tratamento inicial do desgaste do joelho inclui:
Todos estes pilares do tratamento do desgaste do joelho são interligados e são igualmente importantes. Porém, uma estratégia eficiente envolve um bom controle da dor desde o início., já que a dor intensa muitas vezes é um impedimento para que todas essas medidas sejam instituídas.
Em casos de desgaste do joelho, a fisioterapia individualizada tem objetivos como: diminuir dor, ativar e fortalecer a musculatura, ganhar mobilidade, melhorar o controle e estabilidade das articulações, corrigir padrões de movimento, entre outros.
A cirurgia é indicada para tratamento do desgaste apenas em situações em que o tratamento não cirúrgico não teve resultado suficiente, e o paciente continua com limitação nas suas atividades e qualidade de vida.
A indicação de cirurgia depende de qual o diagnóstico do desgaste do joelho. As situações mais comuns são:
Referências