A osteocondrite dissecante é uma doença que afeta a cartilagem e o osso subcondral, que fica logo abaixo da cartilagem. Nela, pode ocorrer o destacamento de um fragmento da cartilagem e osso.
O fragmento pode estar no lugar e estável, pode estar no lugar, mas ser instável, ou pode sair do lugar. Quando o fragmento sai do lugar, há um defeito no revestimento de cartilagem e corpos livres no interior da articulação.
É uma doença que se inicia na pré-adolescência e adolescência. Porém, em alguns casos pode haver poucos sintomas nessa fase e ser descoberta apenas mais tarde, na idade adulta. É um pouco mais comum em meninos do que em meninas.
A articulação mais acometida é de longe o joelho, podendo ocorrer nos dois lados.
Imagem de ressonância magnética do joelho mostrando fragmento de osso e cartilagem destacado e desviado, por conta de osteocondrite dissecante.
A causa da osteocondrite não é totalmente conhecida. Tendência genética, micro-traumas repetitivos e fatores relacionados a circulação sanguínea da região podem estar envolvidos.
Inicialmente, pode não ocorrer nenhum sintomas, ou apenas sintomas leves e inespecíficos. Nos casos mais intensos podem ocorrer dor com atividades, inchaço, andar mancando, sensação de algo solto no joelho, estalos ou travamentos.
O diagnóstico é feito pela avaliação médica, exame físico e complementado com exames de imagem, sendo o mais importante o da ressonância magnética.
O prognóstico depende da chance do fragmento destacado consolidar, ou seja, voltar a se unir com joelho.
Pacientes mais jovens, com cartilagem de crescimento aberta, fragmentos pequenos, que se mantiveram no lugar, com aparência estável no exame de ressonância magnética, têm maiores chances de melhorar com tratamento não cirúrgico.
Pacientes mais velhos, com cartilagem de crescimento fechada, fragmentos grandes, com aparência instável ou desviados do seu lugar no exame de ressonância magnética, têm menores chances de melhorar sem cirurgia.
Existe tratamento com ou sem cirurgia.
O tratamento não cirúrgico é utilizado no caso de haver maiores chances da cicatrização do fragmento destacado. O tratamento cirúrgico é usado se houver pouca chance de cicatrização, se o fragmento estiver com viabilidade ruim, ou se tentativa de tratamento sem cirurgia houver falhado.
O tratamento não cirúrgico envolve repouso relativo, diminuição de carga do lado afetado, muitas vezes com uso de muletas, e imobilização, com liberação progressiva para retorno às atividades. A consolidação pode demorar mais de 6 meses.
O tratamento cirúrgico pode ser com reparo da lesão, ou substituição da cartilagem no defeito. No caso de fragmentos viáveis, técnicas para estimular a cicatrização ou fixação da parte destacada no leito são usadas.
No caso de fragmentos inviáveis, podem ser usadas técnicas de substituição da cartilagem no defeito, entre elas a microfratura, o enxerto de cartilagem do próprio paciente, o transplante de cartilagem, o uso de membranas condrocondutivas.
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